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Veloce deve crescer 231% nos seus primeiros 5 anos

Publicado em 07/04/2014

Apesar do período de baixo crescimento econômico no país, operadora vem conquistando novos clientes. E ainda ganha produtividade e reduz emissões de poluentes

 

Fundada em 2009, a Veloce Logística deve fechar o ano de 2014 com uma receita de R$ 300 milhões, o que totalizaria um crescimento de 231% nestes cinco anos de atividades. Até o final do ano passado, essa evolução já era de 207%. Os dados foram informados pelo presidente da empresa, Paulo Guedes, em entrevista coletiva na Intermodal South America, nesta quarta-feira (2/4).

O presidente lembrou que a Veloce já aparece na 15ª posição entre os 55 principais operadores de transportes de cargas do Brasil, segundo o Diário do Comércio. E que, mesmo transportando cada vez mais, a empresa já reduziu suas emissões de poluentes em 9% nos últimos três anos, segundo a medição do Programa Brasileiro GHG Protocol.

Em 2013, a operadora logística iniciou um grande contrato com a unidade General Motors em Guarulhos. Em um centro de armazenagem de 33 mil metros quadrados e um pátio de 6 mil metros quadrados, a Veloce presta serviços de agendamento de entregas, gestão de pátio, recebimento de materiais, estocagem, separação de pedidos, embalagem, unitização, expedição para clientes, gestão de estoque e administração do site. A operação envolve 400 funcionários, o que levou a Veloce a praticamente dobrar o seu quadro no ano passado. A empresa investiu R$ 4,3 milhões nesta infraestrutura.

Ao longo do ano passado, a Veloce também ampliou sua carteira de transporte internacional (entre Brasil e Argentina), com diversos outros clientes.

 

GANHOS DE PRODUTIVIDADE

No total, a Veloce investiu R$ 5 milhões em equipamentos e infraestrutura em 2013. Adotou uma nova tecnologia, o roteirizador Roadshow, que possibilita desenhos de rotas mais adequadas para coletas e entregas de cargas, redução na distância percorrida, aumento da qualidade e satisfação do cliente e diminuição do consumo de combustível e de emissões de gases de efeito estufa.

A empresa também começou a operar com novas carretas com baú de alumínio em suas operações, no lugar de alguns modelos tipo sider (com lona e abertura lateral). Além de proporcionar mais segurança no transporte de cargas especiais ou de risco, com maior valor agregado, como produtos do tipo aerossol e pneus, por exemplo, os baús de alumínio também aumentam a capacidade de transporte. 

No caso de cargas batidas, como pneus, o volume por carreta é 40% maior do que no sider. E como o peso do alumínio é menor do que da estrutura com lonas, as novas carretas também consomem menos combustível e, com isso, reduzem em 10% a emissão de gases de efeito estufa nas operações.

Outra inovação da empresa com foco em sustentabilidade foi a criação do Selo Verde, uma certificação concedida às transportadoras agregadas cujos veículos estejam dentro dos padrões de emissão de gases de efeito estufa estabelecidos pelos fabricantes e pelo governo. Iniciado em outubro deste ano, o programa já inspecionou 40% da frota terceirizada, dos quais 93% foram aprovados.

Além de receber o Selo Verde, as transportadoras parceiras com veículos certificados ganham pontos extras para o Prêmio Destaq, concedido anualmente pela Veloce e que reconhece os fornecedores com melhores avaliações em termos de Desempenho, Qualidade e Sustentabilidade.

Iniciativas como essas já fizeram a Veloce conquistar 16 prêmios em quatro anos de atividades. Somente no ano passado foram cinco novos reconhecimentos: Supplier of the Year da General Motors; Acidente Zero nas Operações para a GM da Argentina; 1º Prêmio de Melhores Fornecedores da Toyota; Transporte Responsável, concedido pela revista Transporte Mundial e Certificado de Responsabilidade Social da Sodiprom.

 

CENÁRIO ECONÔMICO

O presidente da Veloce, que é economista, também falou das perspectivas do mercado de logística para 2014 e os próximos anos. Segundo ele, apesar da leve recuperação da economia europeia e de um crescimento levemente acelerado dos EUA, os países emergentes crescerão menos. No Brasil, juros e câmbio acompanharão a inflação razoavelmente alta, as exportações deverão seguir com desempenho difícil e o governo, ainda em função da Copa do Mundo e das obras pré-eleições, manterá seus gastos em níveis muito altos. As empresas, por sua vez, ainda terão altos custos de produção, frutos da baixa produtividade e de uma infraestrutura precária. Mercosul e escassez de mão de obra qualificada continuarão sendo assuntos importantes na pauta de “ocupações”.

Guedes ressalta, no entanto, que o mercado logístico vem se expandindo e se profissionalizando rapidamente. “Conforme pesquisa do ILOS, entre 2006 e 2011, as fusões e aquisições no setor aumentaram em 115% e a terceirização de serviços cresceu, pois as indústrias buscam melhorar suas cadeias de suprimentos, seus processos, o atendimento aos clientes e reduzir estoques e custos”, afirma.

O executivo citou recente pesquisa da consultoria Roland Berger e da revista Automotive Business, apontando que, para 56% do setor automobilístico, as vendas de 2014 serão próximas a 2013 (3,58 milhões de unidades), com variação de 2%, para cima ou para baixo.

“A perspectiva de baixo crescimento da economia brasileira irá obrigar as empresas a buscarem rentabilidade e preservação de suas participações no mercado. O aumento de produtividade, como consequência, será a principal forma de diminuir custos. Menos dependência do mercado interno, limitação para os novos investimentos e forte negociação com fornecedores também farão parte da lista de providências”, analisa Guedes.

Neste cenário, o plano estratégico da Veloce para 2014 baseia-se no “realinhamento de posições, adaptação aos recursos existentes e continuidade aos projetos para aumento de produtividade da estrutura existente”. A empresa buscará novos clientes em segmentos em que ainda não atua, “sempre com foco na logística integrada e de alto valor agregado”, afirma o presidente.