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Segundo gerente da DuPont, temperatura é crucial no transporte de medicamentos

Publicado em 06/10/2017

Para especialistas, assunto é fundamental, já que há uma grave perda de cargas por conta da logística

Para a indústria de medicamentos de cadeia fria, 57% das variações que prejudicam a temperatura ocorrem durante descarregamento dos produtos dos aviões, isto é, quando a mercadoria fica exposta às condições climáticas nas pistas dos aeroportos, na situação de Tarmac. Por isso, o cuidado na hora de aplicar capas protetoras em contêineres e pallets deve ser total. Essa é uma das informações que Joseph Dennes, Gerente Global de Tecnologia DuPont Tyvek, apresentou em passagem pelo Brasil.

Para evitar essa perda, uma das opções no mercado são as capas protetoras metálicas, mas que geralmente absorvem de 15% a 20% da energia solar que pode chegar aos produtos no momento que deixam os aviões. Uma vez estacionados no pátio dos aeroportos, esses itens vão transformar essa energia em calor. Já o Tyvek® Cargo Covers, por exemplo, absorve menos de 9% da energia solar. O produto também é impermeável, mas permite a saída de umidade, pois é feito de filamentos com uma tecnologia que permite a respirabilidade das capas.

Dennes fez apresentação durante 1º Fórum Internacional de Cadeia Fria e Logística de Pesquisa Clínica, que aconteceu em agosto em São Paulo. A programação foi parte do 3ª Pharma Supply Chain & Health Brazil 2017.

O fórum também recebeu Marina Valente, gerente de DuPont Tyvek para os segmentos gráfico e farmacêutico, que moderou mesa-redonda com representantes das empresas Pfizer, Grupo Polar e Novus sobre tendências em cadeia fria. Os participantes comentaram alguns dos desafios da cadeia logística nacional, como a dimensão do país e a dificuldade em garantir que as companhias aéreas sigam os procedimentos estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para transporte de produtos sensíveis à temperatura.

Para os especialistas, a malha logística do Brasil ainda é um grande desafio para garantir eficiência plena no transporte de produtos de cadeia fria. Mesmo que exista cuidado total quando os medicamentos deixam a fábrica, assim que os produtos iniciam o processo de transporte, o monitoramento é de difícil execução, mas não somente no Brasil. De acordo com os participantes, para que as vacinas do mundo cheguem com condições de uso no destino final, as agências regulatórias devem ter uma atuação cada vez mais precisa, e é necessária a aplicação de tecnologias digitais como dispositivos de medição de temperatura com informações em tempo real, que melhoram a comunicação entre as diversas etapas do transporte.