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Mercado de galpões logísticos cresce, mas vacância é de quase 20% em São Paulo

Publicado em 17/11/2014

O setor de condomínios logísticos deverá encerrar 2014 com um crescimento de, aproximadamente, 10% no País, segundo estudo da Colliers International Brasil, divulgado pela Folha de S. Paulo. Apesar do cenário econômico mais fraco, o segmentou avançou no terceiro trimestre e atingiu 352 mil m² de absorção líquida, um aumento de 33% em relação aos 265 mil m² do período anterior.

O avanço tem se mantido, sobretudo, devido à procura por espaços maiores por parte de empresas, segundo Paula Casarini, vice-presidente da Colliers no Brasil. “Houve demanda por áreas acima de 10 mil m², principalmente por companhias de logística e de bens de consumo.”

O Estado de São Paulo, que concentra 70% da metragem de galpões construídos no País, foi responsável pela metade da absorção de espaços, no terceiro trimestre. A taxa de vacância, no entanto, ficou em cerca de 19% no Estado, acima da média nacional (17%) e de regiões como o Nordeste (12,7%). “São Paulo ainda vive um momento de superoferta, que é maior na região de Campinas. Em muitos condomínios menos eficientes, a taxa de ociosidade praticamente disparou”, afirma Paula.

“O Nordeste também tem recebido empreendimentos, principalmente na região do porto de Suape, em Pernambuco. Porém, os lançamentos ocorreram de forma planejada, o que manteve a vacância mais baixa”, destaca a vice-presidente. O preço do metro quadrado pedido pelos locadores ficou estável no trimestre. O valor médio foi de R$ 20,50, na região Sudeste, e de R$ 15,80, no Nordeste, ainda de acordo com o levantamento.

Em ritmo de espera
Com 20 condomínios logísticos no Estado de São Paulo, a Retha Imóveis viu a taxa de ociosidade dos galpões da empresa diminuir, no segundo semestre, mas o clima ainda é de incerteza. “A situação melhorou um pouco depois da Copa do Mundo, mas o momento não é de otimismo”, ressalta Marino Mario da Silva, sócio-diretor do grupo. A vacância, que, na média, chegou perto dos 30%, no início deste ano, hoje é de, aproximadamente, 20%.

Em empreendimentos localizados na região de Campinas e perto da rodovia Regis Bittencourt, que leva ao Paraná, há taxas de disponibilidade de 30% a 40%. “É resultado da superoferta, mas também do cenário econômico. Esse clima de indefinição e incerteza sobre os rumos da política econômica não ajuda”, declara Silva.

Sobre novos projetos na área logística, o empresário diz que definições deverão ser tomadas apenas a partir de 2015. “Os investidores estão segurando.” Mesmo com a oferta elevada em São Paulo, o Estado deverá receber mais 379 mil m² de novas obras de galpões ainda neste ano, o que corresponde a 41% das construções que serão iniciadas até dezembro no País, segundo o estudo da Colliers.

Fonte: Folha de S. Paulo