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Correios pavimentam internacionalização e querem foco em logística e serviços

Publicado em 01/09/2014

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos se prepara para ser uma multinacional e estrear nos Estados Unidos e na China até 2015, como parte do plano para diversificar receitas 

De olho no avanço de concorrentes no mercado doméstico de encomendas, a maior empresa de logística da América Latina está perto de estrear projetos que incluem forte ampliação de serviços financeiros e de telefonia e expansão para fora do País. “Colocaremos a empresa no cenário mundial”, afirma o presidente da estatal federal, Wagner Pinheiro.

O primeiro resultado dessa estratégia deve vir dos Estados Unidos, para onde a companhia destacou três executivos para prospectar oportunidades. O objetivo é comprar um negócio local, inicialmente para atender à comunidade de brasileiros no País. “Devemos comprar uma empresa de encomendas lá”, ressalta o executivo.

Enquanto isso, prepara para 2015 o início das operações de seu centro da distribuição na China. A unidade servirá para ampliar o comércio eletrônico sino-brasileiro, em parceria com a gigante chinesa do setor Alibaba Group. Em ambos os casos, a ligação, tanto geográfica, quanto no plano de negócios, envolverá outro projeto recente dos Correios: a compra de 49,99% da empresa de carga aérea Rio Linhas Aéreas, recentemente aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Inicialmente, o objetivo é ter maior controle do processo de entregas de encomendas, serviço hoje feito por meio de 13 linhas aéreas terceirizadas. Segundo Pinheiro, os Correios já negociam a renovação da frota, atualmente de nove aeronaves. A troca deve envolver a chegada de jatos novos da Embraer, sem mencionar números, mas revelando que a transação deve ter financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e envolver aviões capazes de trajetos intercontinentais.

Em outra frente, os Correios estão intensificando a oferta de serviços no Banco Postal, parceria com o Banco do Brasil para produtos financeiros. A joint venture lançou, recentemente, um projeto piloto em 80 de suas mais de 6,5 mil unidades para venda de financiamentos e cartões de crédito, entre outros produtos.

Segundo Pinheiro, os Correios aguardam para até novembro a aprovação da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para que o Banco Postal possa também vender seguros.

Para lastrear os investimentos que estão sendo tocados simultaneamente, a estatal de 127 mil funcionários já se prepara para buscar recursos no mercado de capitais. “Estamos preparados para acessar o mercado financeiro”, acrescenta Pinheiro, que prevê que, juntos, os segmentos de logística e de serviços, incluindo financeiros e de telefonia, tenham uma participação crescente na receita bruta da empresa, que somou R$ 16,3 bilhões em 2013. A expectativa do executivo é que esse faturamento cresça até 8% este ano.

Fonte: Reuters Brasil