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O desenvolvimento do setor de óleo e gás por meio da tecnologia e logística

 

Publicado em 31/07/2018

Rodrigo Baptista, um dos executivos da Quintiq, destaca os ganhos que as ferramentas tecnológicas podem trazer para o segmento

Por Christian Presa | Redação MundoLogística

Apesar de promissor, o segmento de gás e óleo ainda representa um desafio na economia nacional, principalmente no que diz respeito à logística. A greve dos caminhoneiros exaltou essa questão com peculiaridade ímpar: em dez dias de paralisação, o abastecimento ficou comprometido em níveis alarmantes. Compreender a importância de voltar as atenções para essa pauta é, portanto, fundamental.

Alguns elementos podem tornar o êxito desse setor mais alcançável, como a tecnologia, por exemplo. De acordo com pesquisa Digital Energy Survey, da Accenture, 80% das empresas consultadas pretendem manter ou aumentar os investimentos em tecnologias digitais. Com esses recursos, a expectativa é eliminar obstáculos que tornam as operações complexas ao ponto de limitar o desenvolvimento.

A MundoLogística conversou com Rodrigo Baptista, Business Unit Director Latam da Quintiq. Ele falou sobre as iniciativas tecnológicas mais indicadas para o segmento, os desafios que a logística em si traz e sobre a plataforma da Quintiq, que chega com a proposta de ser a virada da chave e fazer acontecer.

MUNDOLOGÍSTICA: O setor de óleo e gás é promissor e, como você mesmo diz, é uma das chaves para a retomada da economia brasileira. O que pode ser feito para aproveitar mais os resultados que esse segmento pode oferecer?
RICARDO BAPTISTA: As possibilidades são inúmeras. As melhorias podem acontecer na redução de gastos, melhorias em questões de eficiência operacional e transporte, e até mesmo com a criação de novos negócios, que consequentemente aumentam a receita. Há opções no mercado de plataformas que atendem a essa demanda, como uma plataforma da Quintiq que permite observar a cadeia de produção do Óleo e Gás desde a extração do óleo cru até a distribuição do produto final, e em cada parte desse processo podemos notar diversas oportunidades. Um ponto importante a ressaltar é que não nos dedicamos apenas ao planejamento da cadeia de produção, mas principalmente em questões de otimização, que apoiada por tecnologia, leva a cenários que podem ser criados com mais velocidade, em maior número e com a possibilidade de comparações entre si o que permite que a tomada de decisão seja feita de forma mais ágil, independente da parte do processo que está sendo analisada.

ML: A tecnologia está se tornando um fator decisivo nos mais variados processos. No setor de óleo e gás, quais são as soluções que mais trazem benefícios?
RB: Os benefícios são diferentes considerando o perfil de cada organização e a parte do processo que aquela empresa endereça. Se pegarmos por exemplo a parte de distribuição final para os postos de gasolina, podemos falar de benefícios de redução de custo de frete, melhor planejamento de reposição de combustíveis, economia em tributos para pedidos de última hora, entre outras. Se considerarmos o macro e dividirmos o processo em três fases, a tecnologia pode estar aliada em todas as etapas da cadeia, na primeira, onde as empresas extraem o petróleo, a tecnologia pode estar aliada a gestão de equipe para realização deste trabalho, e até mesmo ao gerenciamento da capacidade de vazão do produto extraído. Quando entramos na segunda etapa da produção, o desafio com o óleo cru é definir no que ele será refinado, e a solução beneficia as empresas fornecendo, por exemplo, visibilidade da demanda, inclusive tomando como base o passado comercial de produção. Já a terceira fase, antes mesmo de enviar o produto acabado aos postos, o combustível passa por um processo de mistura, e distribuição de acordo com a octanagem do produto desejado. E em cada etapa dessa cadeia, é possível ter o processo otimizado e ainda mais rentável.

ML: Muitos setores ainda não conseguiram usufruir desses recursos ou até mesmo entender a importância de fazer isso. Isso se aplica à logística de combustíveis?
RB: Certamente. Os desafios mais frequentes são a origem e consistência dos dados, e aderência as regras de negócios particulares a cada empresa e processo. Uma plataforma robusta, que leva em conta essas restrições únicas e permite que as empresas tenham visibilidade desde o nível estratégico, onde consideramos anos à frente no processo, nível tático, onde podemos simular cenários, rotas, e diferentes demandas, e nível operacional, em que é possível cuidar do dia-a-dia da operação, permitimos que as empresas avaliem sua cadeia de ponta a ponta, e isso é de fato uma peça chave inclusive na logística de combustíveis.

ML: Quais ações são necessárias para aprimorar a logística no setor de óleo e gás?
RB: Uma empresa que já tem um grau de maturidade organizacional que evidencia a necessidade no apoio da tomada de decisões obtém mais sucesso ao adotar uma plataforma de tecnologia. O primeiro passo necessário é definir um ponto de partida, seja pela demanda ou pelo dia de operação. A logística dentro do setor de óleo e gás se divide em três fases: Upstream, middlestream e downstream. Cada fase tem seu desafio de logística, na extração do petróleo de dentro do mar, por exemplo, o óleo cru passa por um desafio logístico com diversas restrições até alcançar a plataforma, e depois por outras tantas restrições até chegar às refinarias. Algo muito comum neste setor são as diversas tubulações que conectam os dutos a diferentes formas de saída do produto, tornando necessário o uso de uma solução tecnológica para melhoria do processo e visibilidade de ponta a ponta.

ML: A greve dos caminhoneiros evidenciou a dependência que o Brasil no modal rodoviário. Explorar outras opções de transporte seria algo benéfico para o setor de óleo e gás?
RB:
A plataforma Quintiq suporta diversas abordagens de planejamento, de forma que podemos estender os benefícios para qualquer tipo de transporte intermodal. A estratégia de cada cliente individualmente é amparada por uma plataforma única de planejamento, que considera todas as opções de transporte independente do modal, considerando as mesmas características de planejamento, avaliação das opções disponíveis e consequentes cenários de otimização.

ML: Em caso de uma nova paralisação, como a que houve em maio deste ano, qual o risco de uma nova escassez de combustíveis? Há algum planejamento para gerir essa crise, caso seja necessário?
RB: Como salientamos anteriormente, há diversos caminhos para evitar uma nova escassez. Nossa missão é exatamente essa, apoiar nossos clientes a vencer os desafios do setor. Note que a tecnologia está disponível para apoiar a tomada de decisões para o dia de operações, baseada em cenários que o ser humano não conseguiria criar com a mesma agilidade. Habilitamos os planejadores dos nossos clientes até então, a reagir a essas condições adversas, com respaldo de informações estatísticas e uso de modelos preditivos.

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