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Gestão logística: saiba qual "pulo do gato" para reduzir os custos, encantar os clientes e aumentar o faturamento

 

Publicado em 04/03/2018

 

Você sabe qual o ativo, produto ou valor que mantém a logística rentável e competitiva? Ou, que fator do custo logístico é mais importante? Ou, como fazer da logística uma extensão do marketing?

Teve dificuldades para responder a essas perguntas? Tudo bem. Esse não é um GAP só seu.

A maioria das empresas e gestores de logística, não sabem qual seu maior custo logístico, muito menos qual o ativo, produto ou valor de maior importância.

Mas, antes de entrarmos nestas questões, vamos desmistificar a logística e saber o que ela não é…

LOGÍSTICA É MAIS DO QUE PENSAMOS QUE É

Logística é serviço, e, talvez por isso, as empresas dão tão pouca importância a ela. (pelo menos a maioria). Em tese, a logística não causa transformação no produto final, contudo, está presente em todas as fases: na compra da matéria prima para a fabricação do produto, na movimentação, estocagem, armazenagem, manuseio, até sua entrega final ao consumidor…

É o processo de planejar, implementar e controlar eficientemente o custo correto, o fluxo e armazenagem de matérias-primas, estoques, durante a produção e produtos acabados, e as informações relativas a essas atividades, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender os requisitos dos clientes. 

O ELO MAIS IMPORTANTE DA LOGÍSTICA

O transporte é o principal componente do custo logístico e merece todo o respeito devido a sua importância, pois, além de abocanhar quase 70% do custo total, no início ou no final de cada operação, seja ela aérea ou aquática, o transporte, principalmente o rodoviário, é imprescindível na coleta ou na entrega dos produtos.

Mas é preciso cautela.

Não é incomum ver as pessoas confundirem logística com o transporte apenas. Essa é uma limitação trivial. Pois, apesar de o transporte ter sua relevância, os outros elos que compõem o restante do custo tem importância vital.

Devemos considerar que, se os outros 30% (estoque, armazenagem, separação e etc.) não forem bem executados, no processo que antecede o carregamento, não é possível executar um transporte com excelência, pois ele depende também de uma cadeia muito bem cadenciada.

Essa execução, no nível de excelência que se precisa, depende de profissionais gabaritados, com expertise e inteligência para dar a devida atenção para esse importante elo.

MAS AS EMPRESAS SABEM DISSO?

Vamos fazer um exercício relativamente simples?!

Vá até o departamento de logística e tente conhecer os profissionais que contratam o transporte (ou o frete como é chamado em alguns lugares). Normalmente, você não encontrará profissionais de alto nível. Ainda que devesse.

Empresas focam na execução e não na inteligência. 

Ou muitas vezes, a logística de transportes está nas mãos de um terceiro. O que em certa medida, não é um problema, já que logística e transportes não é o core Business da maioria das empresas. O problema está em deixar totalmente sem supervisão e cobrança dos SLAs (Service Level Agreement), isso quando tem…

Nem sempre se teve essa percepção, mas a logística está sempre presente e a disposição, todos os dias da semana, durante todo o ano. O que a torna num mecanismo de encantamento do cliente e diferencial competitivo do marketing.

Diferencial de marketing?

Sim, e não só, mas também de outras áreas.

Explico:

A logística representa o elo entre todas as expectativas geradas pelos demais departamentos, sejam eles vendas, Marketing, finanças, custos, pesquisa e desenvolvimento, produção ou todos os setores, que, somados visam a um mesmo objetivo.

Mas, ainda mais que isso, a logística em um mundo de clientes conectados e impacientes, tem que ser rápida e eficiente para provocar a repetição da venda, ou seja, uma questão de marketing.

O PULO DO GATO NA LOGÍSTICA

A demanda logística nem sempre é linear. Problemas como sazonalidades diárias, semanais, mensais e etc., acuracidade dos pedidos de vendas, concentração de pedidos em determinado período do mês e outras intempéries inerentes a logística, fazem deste departamento uma “montanha russa”. O que dificulta demais a programação.

Logo, o grande e vital PULO DO GATO da logística é ter:

Um excelente profissional que contrata os veículos e programa as entregas e coletas! 

Ou seja, gente boa no comando, para suportar os DESAFIOS ENFRENTADOS POR TODA LOGÍSTICA.

Tipos de problemas que podem surgir na programação de veículos para atender a demanda:

  • Uma venda urgente que acontece e, o pedido entra de última hora, obrigando assim, o time de transportes a encontrar mais veículos no modelo Spot para atender a nova demanda;
  • Veículos quebram o tempo todo, e essa quebra pode ocasionar represamento de cargas na origem. Chamamos essa falha de No Show (termo importado dos aeroportos);
  • Um cliente novo que entra no portfólio e tem que ser atendido, o que significa mais veículos para a operação;
  • Etcetera, etcetera e etcetera.

O profissional de logística é um elemento chave dentro de todo o processo de contratação de transportes: ele precisa responder na velocidade que a operação necessita. Tem que ter habilidades específicas para garantir veículos transportadores, principalmente em determinadas épocas do mês e do ano. Ele deve ser um verdadeiro maestro.

Neste momento você deve estar pensando:

Ah, mas ai, um profissional deste nível vai custar muito caro!!! 

Pois é, custa caro mesmo, mas, ainda mais caro ficará suas perdas logísticas se não tiver um profissional do gabarito necessário. Não só perdas logísticas, mas de faturamento.

Veja bem. Como dissemos, o custo de transporte, se tudo ocorrer conforme o programado, ele é de até 70% do custo logístico total. Mas ele pode subir muito quando colocamos na conta erros e ineficiências como:

  • Veículos rodando ociosos por erro de roteirização, carregamento, cadastro das embalagens de embarque ou mesmo por privilegiamento de motoristas “parceiros”;
  • Pagamentos de descargas nos cliente: uma “mafia que cobra por volume, peso, quantidade de pallets e etc. Teu cliente paga parte do headcount do estoque dele te cobrando nestes moldes e muitos deles nem nota fiscal desse serviço emite, contudo nem sempre esse é um custo orçado;
  • Diária por conta de ineficiências no carregamento e principalmente na descarga: em clientes e dentro de casa. O setor de transporte não são como os hotéis que vivem de diária, mas bem que poderia ser, pois as diárias rolam solta;
  • Taxas diversas que encarecem o custo final. Entre a mais comuns estão: dificuldade de entrega, de rodagem, GRIS, de restrição, paletizaçao e etc;
  • Não repetição da venda e/ou perda de clientes, impactando diretamente no faturamento.

O custo final do transporte, pode facilmente ultrapassar os 70% do custo logístico. Acabando assim com as margens do produto vendido.

QUE HABILIDADES ESSE PROFISSIONAL DEVE TER?

1 – Tem que ser confiável: deve ser homem de confiança da empresa e principalmente dos motoristas;

2 – Precisa saber fazer “malabares”: tem que ser um verdadeiro estrategista para mesclar cargas, roteirizar circuitos, optar por uma entrega em detrimento de outra, levando em conta tempo, custo, impactos comerciais e tudo isso; trabalhando sob pressão;

3 – Excelente negociador e de bom de relacionamento: esse profissional tem contato direto com as equipes de vendas, operação, clientes externos, transportadoras e motoristas. No seu escopo terá que executar em tempo recorde: negociações de custos, prorrogação, antecipações, descontos, fretes, diárias e etc. Ele deve ter essa habilidade de se relacionar, especialmente com motoristas.

4 – Deve ter um bom pensamento lógico matemático: tem que ser bom de humanas, mas deve também ser lógico, uma vez que os números e estatísticas farão parte de sua rotina;

5 – Organização e banco de dados: a pessoa para trabalhar com logística de transportes, além de muito organizado deve ter contatos, muitos contatos. Um banco de dados de opções: LinkedIn, planilha em Excel, cartões e, habilidade e conhecimento sobre os diferentes aplicativos de contratação.

Você que chegou até aqui, responda-me uma pergunta com toda sinceridade do mundo:

Com um escopo de tantas responsabilidades, esse profissional pode ser um auxiliar, assistente ou analista que ganha um salário incompatível com a função? 

Não ouvi, mas imagino que sua resposta seja não. Contudo, não é bem isso que acontece não é mesmo?

POR QUE AJUSTAR EXPECTATIVA E REALIDADE?

Porque você deve atender seu cliente no tempo prometido, na quantidade esperada, com a qualidade exigida, documentação correta, sem anomalias e com pós entrega funcional. O que já não é mais um diferencial, mas uma obrigação.

Preciso tocar em um ponto bastante sensível e que faz parte do dia a dia do transporte, infelizmente:

A corrupção. Ela está bem presente. A famosa bola, ou o presentinho para carregar com mais frequência e pegar só o filé, é mais comum do que se imagina. Claro que não tem desculpas para essa falta de ética, contudo as empresas, de certa forma, colaboram quando pagam salário miseráveis para este profissional, que como disse, gerem contas frete muitas vezes milionárias.

Enfim, a gestão salva tudo.

Olha só – vou responder de forma rápida e direta aquelas questões do inicio do texto que você titubeou.

Não lembra mais?! Eu te ajudo:

Você sabe qual o ativo, produto ou valor que mantém a logística rentável e competitiva? Ou, que fator do custo logístico é mais importante? Ou, como fazer da logística uma extensão do marketing?

1 – O devido know how do time de pessoas, ou a pessoa que gere seu departamento de logística;

2 – O transporte. Responsável por até 70% de seu custo logístico;

3 – Corro o risco de ser tautológico, porém se isso fizer você entender, estarei satisfeito: seu “produto” de maior valor e que mantém sua logística de pé como extensão do marketing, é o profissional que toca sua operação logística.

Até a próxima!

Achiles Rodrigues

Achiles Rodrigues

Por Achiles Rodrigues

Achiles Rodrigues é executivo de marketing de vendas e um nexialista com mais de 20 anos de experiência no mundo corporativo. Logístico de “pai, mãe e parteira”, já atuou nos mais diversos setores e segmentos como gestor de logística, transportes e melhoria contínua. Formado em administração, teologia e pós-graduado em vendas, negociações e resultado de alta performance e logística e Supply Chain. É colunista da revista MundoLogística e fundador dos blogs clubedalogística.com.br e achilesrodrigues.com.br.

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