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O salto quântico da eficiência: digitalizar, automatizar e torrebilizar sua Supply Chain

Publicado em 08/08/2023

Descubra como impulsionar esses três verbos mandatórios da nova era para revolucionar a performance, implementar governança, reduzir custos e garantir a segurança de pessoas e produtos

Por Achiles Rodrigues *


Foto: bigstock

"A era da ineficiência está chegando ao fim, à medida que a digitalização, automação e torrebilização convergem para impulsionar a eficiência estratégica das empresas, eliminando o excessivo uso de Excel e WhatsApp para programação, planejamento e monitoramento logístico."

Vamos encarar a verdade nua e crua: embora ainda seja a rotina de muitas empresas, a era da papelada, das planilhas de planejamento arcaicas e do “zap zap” como ferramenta de monitoramento já não se sustenta mais.

É hora de dar um salto quântico rumo à eficiência e otimização!

Mas, como dar esse salto em contextos onde os líderes da cadeia de suprimentos enfrentam uma enorme pressão para satisfazer as necessidades dos clientes de forma rápida e eficaz, enquanto otimizam as operações e reduzem custos?

Sem falar que esses desafios se tornam ainda mais complexos em períodos de sazonalidade, dependência do modal rodoviário ou por surpresas imprevisíveis de Leis e resoluções que sofrem mutações a cada novo governo.

A resposta para essas demandas está em três verbos imperativos que são e continuarão sendo a pauta das empresas e gestores nos próximos anos: digitalizar, automatizar e torrebilizar.

A convergência dessas tecnologias redefine a eficiência logística, despedindo-se do obsoleto uso de Excel e WhatsApp, impulsionando o futuro empresarial.

Neste artigo, você vai descobrir como impulsionar esses três verbos mandatórios da nova era para revolucionar a performance, implementar governança, reduzir custos e garantir a segurança de pessoas e produtos.

Leia até o fim e se surpreenda!

DIGITALIZAR: A FÓRMULA NÃO TÃO SECRETA


(Foto: bigstock)

Quando se fala sobre digitalizar nem todo mundo sabe a que se refere a expressão. Parece um bicho de sete cabeças, algo complicadíssimo, mas não é.

Via de regra, digitalizar refere-se ao processo de adotar tecnologias digitais e incorporar soluções tecnológicas em todas as áreas do negócio para melhorar a eficiência, agilidade e competitividade.

A digitalização envolve a transformação de processos e operações manuais em processos automatizados e baseados em sistemas digitais, como o uso de softwares, aplicativos, análise de dados, armazenamento em nuvem e outras tecnologias digitais (explicarei melhor no próximo parágrafo).

O objetivo é eliminar o uso de papel e reduzir a dependência de processos manuais, tornando a empresa mais ágil, inteligente e preparada para atender às demandas do mundo moderno.

Para facilitar a compreensão, deixarei alguns exemplos do que é possível digitalizar em sua Supply Chain:

1. Registro e gerenciamento de estoque:

  • Utilização de sistemas digitais para controle do inventário.
  • Monitoramento dos níveis de estoque em tempo real.
  • Automação de pedidos de reposição de produtos.

2. Rastreamento de remessas:

  • Implementação de soluções digitais para monitorar transporte de mercadorias.
  • Rastreamento em tempo real do status das entregas.
  • Melhor comunicação com clientes sobre o progresso das remessas.

3. Documentação e faturamento eletrônico:

  • Substituição de documentos em papel por eletrônicos (faturas, notas fiscais).
  • Facilitação do processamento e organização dos registros contábeis.

4. Otimização de rotas de entrega:

  • Uso de softwares de roteirização para planejar entregas eficientes.
  • Consideração de fatores como tráfego, distância e prioridades.

5. Comunicação com fornecedores:

  • Implementação de plataformas digitais para troca ágil de informações.
  • Integração dos sistemas existentes no ecossistema total do negócio.
  • Facilitação dos processos de compra e reposição de estoque.

6. Gestão de devoluções:

  • Digitalização do processo de solicitação de devoluções.
  • Acompanhamento online do status do reembolso ou troca.

7. Monitoramento de desempenho:

  • Utilização de ferramentas digitais para analisar o desempenho logístico.
  • Identificação de oportunidades de melhoria com base em dados.

8. Integração com parceiros logísticos:

  • Conexão de sistemas digitais com parceiros, como transportadoras.
  • Melhoria da visibilidade de toda a cadeia de suprimentos.

9. Gestão de armazéns:

  • Uso de tecnologias como RFID para rastrear e gerenciar mercadorias.
  • Otimização do espaço e redução de erros de inventário.

10. Análise de dados e tomada de decisão:

  • Coleta e análise de dados logísticos em tempo real.
  • Auxílio na tomada de decisões estratégicas para melhorar eficiência.

Como pôde perceber, a digitalização na logística oferece diversos benefícios, incluindo aumento da eficiência operacional, redução de erros e maior visibilidade de toda a cadeia de suprimentos.

AUTOMATIZAR, DIGITIZAR, DIGITALIZAR, QUAL A DIFERENÇA?


(Foto: bigstock)

Automatizar faz parte da transformação digital que ocorre nas organizações. Contudo, faz-se necessário compreender a diferença de digitizar e digitalizar.

Em pleno crescimento nas organizações e, como já citado; pauta entre os executivos, a digitalização é foco importante para empresas em todos os setores e tamanhos.

Uma revolução tecnológica que tem impulsionado as organizações a reavaliarem suas práticas e processos para se manterem competitivas em um mercado em constante evolução.

No entanto, é crucial compreender que os termos “digitizar”, “digitalizar” e “automatizar” não são intercambiáveis, apesar de frequentemente serem usados de forma equivocada como sinônimos.

Permita-me de forma sucinta esclarecer as diferenças entre eles para que você possa utilizá-los de maneira adequada:

  • Digitalizar significa transformar o negócio em uma operação totalmente digital, o que requer mudanças em como a empresa atua. Isso envolve a adoção de novos processos, sistemas, ferramentas e formas de colaboração para operar no ambiente digital.
  • Já quando falamos em digitização, estamos nos referindo à conversão de informações físicas em formato digital. É o processo de executar atividades sem a necessidade de papel, onde todas as informações são criadas, transmitidas e acessadas online.
  • Enquanto automatizar, foco do nosso parágrafo, só se aplica após a digitalização do negócio e a digitização de dados. Assim, podemos avançar para a próxima etapa. Na maioria dos casos.

Automatizar processos consiste em torná-los mais eficientes e rápidos, utilizando tecnologias da chamada revolução 4.0 (Big Data, IA, impressão 3D, Data Analytics, Machine Learning, entre outras).

Eis alguns exemplos do que é possível automatizar em sua supply chain:

1. Sistemas de Gerenciamento de Armazém (WMS):

  • Utilização de um sistema WMS para controlar e otimizar o estoque em tempo real.
  • Rastreamento automático de produtos, permitindo a localização precisa de itens no armazém.
  • Atribuição automática de tarefas aos operadores com base nas prioridades e na disponibilidade.

2. Sortimento e Separação Automatizados:

  • Implementação de esteiras transportadoras automatizadas para classificar e separar os pedidos com base em critérios específicos.
  • Uso de tecnologias de reconhecimento óptico para identificar e direcionar produtos para suas respectivas áreas de armazenamento.

3. Robôs de Picking:

  • Utilização de robôs autônomos para realizar o picking (seleção) de itens em prateleiras de forma mais eficiente e precisa.
  • Esses robôs podem ser equipados com braços mecânicos ou ventosas para manusear diferentes tipos de produtos.

4. Transporte Autônomo:

  • Implementação de veículos autônomos (AGVs - Automated Guided Vehicles) para mover cargas entre diferentes áreas do armazém.
  • Esses AGVs podem ser programados para seguir rotas específicas e evitar obstáculos de forma autônoma.

5. Rastreamento por RFID:

  • Uso de etiquetas RFID (Identificação por Radiofrequência) para rastrear produtos e embalagens durante toda a cadeia de suprimentos.
  • Leitores RFID automatizados podem ler as etiquetas, atualizar o status dos produtos e registrar sua localização em tempo real.

6. Análise de Dados e Previsão:

  • Implementação de sistemas de análise de dados para identificar padrões e tendências na demanda e no comportamento dos clientes.
  • Com base nessas análises, é possível fazer previsões mais precisas de estoque e planejar a distribuição de forma mais eficiente.

7. Entrega por Drones:

  • Exploração da entrega de produtos por meio de drones em áreas específicas, possibilitando entregas mais rápidas e em locais remotos.
  • Os drones podem ser programados para seguir rotas pré-definidas e entregar pacotes de forma segura...

TORREBILIZAR É VERBO DE GESTÃO QUE SUSTENTA OS OUTROS DOIS PILARES


(Foto: bigstock)

"Torrebilizar é verbo" de gestão e sustentação do processo de digitalização e automatização da cadeia de Supply Chain.

Uma empresa ao se digitalizar deve implementar o conceito de torre de controle, como um hub de integração, inteligência e coordenação das operações, permitindo a gestão centralizada e eficiente das atividades automatizadas em diferentes áreas e setores.

Para se aprofundar no conceito de torre de controle e gestão 4.0, clique aqui.

Popularmente, o que se conhece de torre de controle, ou pelo menos, quando a maioria dos executivos e empresas falam de torre de controle; estão pensando em logística de transporte.
Gestão de tempos e movimento, que, em 95% das vezes está atrelado a caminhões.

No entanto, as torres de controle extrapolam o transporte, foi por isso que criei o termo "Torrebilizar".

Torrebilizar é "verbo" para descrever a abordagem integrada e abrangente na gestão da supply chain que visa centralizar e integrar as informações de toda a cadeia de suprimentos em uma única plataforma, permitindo uma visão completa e em tempo real de todo o processo logístico.


Arte: Achiles Rodrigues

A Torre de Controle Logístico não se limita a uma única fase da cadeia de suprimentos. Trata-se de uma ferramenta de suporte operacional que pode abranger todas as etapas da Supply Chain.

Além da torre de transportes, existem outras duas que são "mais comuns no mercado". Vou citar as três por ordem de popularidade:

  1. Transportes: uma torre de controle para monitorar os tempos e movimentos dos veículos, bem como a movimentação de mercadorias em toda a rede de transporte, rastrear remessas, fornecer informações de localização em tempo real e tomar decisões para otimizar as rotas de transporte.
  2. Gerenciamento de riscos: a torre para GR realiza avaliações contínuas de riscos e ameaças à cadeia logística. Isso pode incluir a análise de fatores como terrorismo, roubo, adulteração de produtos, desastres naturais e outros eventos que possam afetar a segurança dos produtos e das operações.
  3. Torre de segurança (safety): a torre de segurança faz gestão e monitora o movimento de ativos e o comportamento dos condutores em tempo real, visando prevenir acidentes e garantir a segurança dos colaboradores, dos ativos e do ambiente de trabalho ao longo da cadeia logística.

Contudo, existem outros muitos tipos de torres e as possibilidades podem ir ao "infinito". Em essência, Torrebilizar a cadeia de suprimentos significa aderir à digitalização 4.0, utilizando tecnologias Data-Driven e processos ágeis.

Dessa forma, as pessoas envolvidas na operação e cadeia de comando podem tomar decisões mais precisas e em menor tempo possível.

Esse são outros tipos de torres de controle:

  • Gestão de estoque: essa torre de controle pode ser usada para monitorar os níveis de estoque em tempo real, rastrear as movimentações de estoque entre diferentes locais e acionar a reposição de forma proativa quando os níveis de estoque estiverem baixos.
  • Planejamento da produção: essa torre de controle pode monitorar a programação da produção, rastrear o progresso da fabricação em diferentes linhas de produção e fornecer informações atualizadas sobre o status da produção em tempo real.
  • Monitoramento de pedidos: uma torre de controle que acompanha os pedidos desde o recebimento até a entrega, fornecendo visibilidade sobre o status dos pedidos, detectando possíveis atrasos e tomando medidas corretivas para garantir a entrega dentro do prazo.
  • Gestão de fornecedores: essa torre de Controle pode monitorar o desempenho dos fornecedores, rastrear as entregas de fornecedores em tempo real, identificar problemas de qualidade ou atrasos e tomar medidas para resolver esses problemas de forma rápida e eficiente.
  • Planejamento da demanda: uma torre de controle para ser usada no monitoramento das previsões de demanda: análise de dados históricos, tendências de mercado e outros fatores relevantes para ajudar na elaboração de planos de demanda mais precisos.

Enfim, a era da ineficiência está se tornando uma página virada da história empresarial, graças à poderosa sinergia entre a digitalização, automação e torrebilização.

Não há mais espaço para a papelada e as planilhas arcaicas que um dia dominaram as operações logísticas.

O salto quântico em direção à eficiência e otimização é o caminho inevitável para enfrentar os desafios da cadeia de suprimentos moderna, onde a pressão para atender às necessidades dos clientes com agilidade e excelência é constante.

Em meio à sazonalidade, dependência de modal rodoviário e imprevisibilidade política, as empresas e gestores devem abraçar os três verbos imperativos: Digitalizar, Automatizar e Torrebilizar.
Essa convergência tecnológica redefine a eficiência logística, dando adeus ao ultrapassado uso de Excel e WhatsApp, abrindo caminho para um futuro empresarial mais promissor.

Ao adotar essas abordagens, é possível revolucionar a performance, implementar governança, reduzir custos e garantir a segurança de pessoas e produtos, pavimentando o caminho para o sucesso na nova economia dinâmica e desafiadora.

Até à próxima!


* Achiles Rodrigues é executivo de marketing de vendas e um nexialista com mais de 20 anos de experiência no mundo corporativo. Formado em Administração e Teologia e pós-graduado em Vendas, Negociações e Resultado de Alta Performance e Logística e Supply Chain, também é colunista da MundoLogística.

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