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Simulador de direção otimiza a preparação de motoristas profissionais

Publicado em 02/02/2017

Uso da tecnologia simula situações como dirigir em estradas de mão única e em rodovias não pavimentadas

Segundo dados da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), 61,1% da movimentação de carga é feita via transporte rodoviário, o que torna a preparação adequada dos motoristas fundamental. Pontos a serem enfatizados no treinamento são a segurança no trânsito e a eficiência do escoamento da produção nacional.

Para tal, o uso de tecnologia é uma alternativa viável e assertiva. Isso porque a utilização do simulador de direção veicular oferece a possibilidade de conduzir em dias de chuva, sob neblina, em rodovias de pista simples e de mão dupla (com e sem acostamento), em pista dupla com canteiro central e reproduz a sensação de passar por estradas com pavimento danificado e até trechos de serra sem asfalto.

A utilização das duas últimas situações se torna ainda mais necessária diante da situação das rodovias brasileiras. De acordo com a CNT, dos 1.720.756 de quilômetros da malha rodoviária nacional, apenas 12,3% (211.463 quilômetros) das estradas são pavimentadas. O levantamento também aponta que 58,2% das rodovias têm alguma deficiência na pavimentação, sinalização ou geometria, sendo classificadas como regulares, ruins ou péssimas.

A especialista em simuladores de direção e diretora de produtos da ProSimulador, Sheila Borges, destaca que o simulador é uma ferramenta para que o motorista seja mais consciente do próprio papel no trânsito. “É possível acompanhar o desempenho dos alunos em tempo real e monitorar a evolução de cada um. Além disso, essa experiência representa a oportunidade de aprender a utilizar de maneira mais racional o veículo, o que gera economia de combustível e redução de despesas com manutenção.”

O simulador de direção voltado ao condutor de transporte de carga já é uma realidade no Serviço Social do Transporte (SEST) e no Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte  (SENAT), que desde 2016 utilizam a ferramenta com o objetivo de capacitar 50 mil motoristas profissionais nos próximos três anos. Nos cursos são abordados temas como a condução segura e econômica e o uso de tecnologias embarcadas.

O equipamento voltado ao transporte pesado atende motoristas com Carteira Nacional de Habilitação (CNH) nas categorias C, D e E que trabalham com micro-ônibus, ônibus rígido urbano, rígido rodoviário, urbano articulado, urbano biarticulado, caminhão rígido com plataforma e baú, além de cavalo mecânico com um ou dois reboques. Conforme dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), dos 93,3 milhões de veículos em circulação no país, cerca de seis milhões são de unidades com esses perfis.

Caminhões/ônibus e os acidentes
De acordo com dados do DataSUS apresentados pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), entre 2010 e 2014, o Brasil teve crescimento de 15% no número de acidentes fatais envolvendo caminhões e ônibus. A estatística ficou atrás apenas das ocorrências registradas com ocupantes de motocicletas, que tiveram alta de 16% em igual período.

Considerando somente o estado de São Paulo, foram 198 mortes decorrentes de acidentes envolvendo veículos pesados em 2016. Os dados são do Infosiga-SP, banco de dados que reúne informações sobre acidentes de trânsito e compõe o Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, uma iniciativa do governo paulista que visa reduzir essas ocorrências no estado.