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Roubos de cargas causam prejuízos de mais de R$ 2 bi, no Brasil

Publicado em 19/08/2016

O ambiente é “fértil” para a proliferação do roubo e furto de cargas, em razão da situação econômica do País. Produtos alimentícios, cigarros, confecções e eletroeletrônicos estão entre os alvos dos ladrões, pois são comercializados no varejo, devido à fácil distribuição e à difícil identificação de origem. Além disso, outros produtos, como de higiene e limpeza, passaram a integrar a lista dos mais visados pelas quadrilhas.

De acordo com dados do último levantamento feito pela Associação Nacional do Transporte de Cargas & Logística (NTC&Logística), o número de ocorrências de roubos de cargas cresceu 10,4%, em 2015, na comparação com 2014. Foram registrados 19.248 roubos no ano passado, que resultaram em prejuízo de R$ 1,12 bilhão.

De acordo com Cyro Buonavoglia, presidente da Buonny, o abastecimento fica mais oneroso e as ofertas de produtos roubados, como parte dos valores subsidiados pelo crime, transformam-se em ofertas atraentes para o comércio. Além disso, a falta de estrutura da segurança pública e penalidades brandas na legislação contribuem para o aumento dos índices de perdas.

Hoje, explica Buonavoglia, os roubos estão concentrados, principalmente, em São Paulo e Rio de Janeiro, considerando tanto a área urbana, quanto as rodovias. A Rodovia Anhanguera (recordista em incidências), a Via Presidente Dutra e a Castello Branco estão no topo da lista de ocorrências. A região Sudeste detém um pouco mais de 81% dos roubos, no País, contidos nessa região.  São Paulo e Rio de Janeiro aparecem com quase 75%.

Gerenciar riscos
As tecnologias são ferramentas fundamentais para a gestão de riscos das operações, porém, devem sempre buscar dispositivos que dificultem e/ou impeçam as ações dos marginais. “A evolução das ferramentas devem andar a frente do modus operandi das quadrilhas. É importante destacar que as tecnologias para nada servem, se os seus recursos não forem bem programados e utilizados pelas centrais de monitoramento, com ações de pronta resposta. Diante de tudo isso, o gerenciamento de riscos é indispensável, inclusive, os modelos usados no Brasil já se tornaram referência mundial, nessa prática, principalmente em países como México e Argentina.”

O gerenciamento de riscos envolve uma minuciosa análise situacional das operações, bem como a devida aplicação dos procedimentos, treinamento, implantação e manutenção, o que contribui efetivamente para a prevenção e a mitigação das perdas. “Essa afirmação é facilmente percebida, quando estabelecemos um comparativo do número de cargas gerenciadas e recuperadas, confrontado com o número de perdas. Além disso, sempre destaco que gerenciar riscos é uma cultura. É importante que todos os setores envolvidos, gerenciadoras de riscos, embarcadores, transportadores, seguradoras, corretoras de seguros e órgãos de segurança pública, trabalhem em sinergia, com o foco diário no controle e redução de perdas”, completa Buonavoglia.