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Redução das emissões de enxofre pelo transporte marítimo deve começar em 2020

Publicado em 28/10/2016

A Organização Marítima Internacional (IMO) confirmou o ano de 2020 como a data de início da limitação do teor de enxofre dos combustíveis usados no transporte marítimo em todo o mundo, que deve passar de 3,5% para 0,5%, a partir de 1º de janeiro daquele ano.

O corte global da quantidade de enxofre no combustível naval havia sido aprovado por unanimidade, pela primeira vez, em 2008. Porém, a data de implementação estava condicionada aos resultados de um estudo, para determinar a disponibilidade de combustível abaixo do teor de enxofre de 0,5% em quantidades suficientes até 2020. A análise, encomendada pela IMO e finalizada em agosto passado, mostra que, em todos os cenários e opções de sensibilidade consideradas, haverá combustível limpo suficiente disponível em 2020, abrindo o caminho para a decisão atual. 

Havia a opção de adiar esse corte até 2025, o que traria sérios impactos para a saúde humana. Um estudo recém-divulgado, conduzido por um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos e da Finlândia, descobriu que a diferença entre 2020 e 2025 representa cerca de 200 mil mortes prematuras, devido às doenças causadas pelo enxofre, como câncer de pulmão e problemas cardíacos, principalmente, nas comunidades costeiras, no mundo em desenvolvimento. Isso significa que a decisão da IMO evita 134.650 mortes prematuras na Ásia, 32.100 na África e 20.800 na América Latina.

O diretor de Transporte da Organização Não Governamental (ONG) Transport & Environment, Bill Hemmings, destacou que “essa é uma decisão histórica e estamos muito satisfeitos que o mundo passará a cortar o venenoso combustível sulfúrico, em 2020. EsSa decisão reduz de 5% para 1,5% a participação das emissões dos navios na poluição do ar, em todo o mundo, e salvará milhões de vidas, nas próximas décadas. Agora, o foco deve ser no sentido de implementar essa decisão, uma vez que ainda não está claro quem deve fiscalizar os navios em alto mar, e como”.

O oficial sênior da ONG Seas at Risk, John Maggs, acrescentou que “a poluição do ar, incluindo aquela que é gerada pelo transporte marítimo, é um flagelo ao meio ambiente e à saúde. O mundo esperou muito tempo para que a indústria de transporte avançasse para um combustível mais limpo. Esse momento chegou. Combustíveis mais limpos serão uma realidade jurídica, em 2020. Milhares de mortes prematuras serão evitadas e milhões de pessoas, em todo o mundo, serão agora capazes de respirar melhor, literalmente falando”.