Portugueses investirão US$ 300 milhões em um polo logístico no Tocantins
Publicado em 18/03/2016
Com uma visão de retorno para além da crise atual, um grupo de portugueses resolveu, há quatro anos, tirar dinheiro do próprio bolso e convidar alguns sócios para comprar uma área de 1,1 mil hectares no coração do Brasil. Ali, estão construindo um novo polo logístico. O investimento da Zona Especial de Negócios (ZEN) em Porto Nacional, Tocantins, estará contíguo a um pátio da Ferrovia Norte-Sul e próximo da futura hidrovia do rio Tocantins, além de contar com rodovias e aeroportos na região.
“Será o maior condomínio multimodal da América Latina, um projeto totalmente financiado por capital privado”, destaca José da Costa Lima, executivo da Logiport, que tem um plano para instalar outras 11 ZENs pelo Brasil.
O investimento total da infraestrutura básica da ZEN será de R$ 300 milhões, sem que os sócios, além de portugueses, brasileiros e holandeses, tenham de recorrer a financiamento externo. Esses recursos preveem a implantação de uma infraestrutura básica para o funcionamento da área, como a instalação de um porto seco (área de desembaraço fiscal de mercadorias), tratamento de água e esgoto, energia elétrica, transbordo, hotéis, entre outros serviços.
Nessa área da ZEN, diversas empresas poderão instalar seus silos, armazéns, ou mesmo, fábricas. O grupo espera arrecadar R$ 5,5 bilhões com a venda desses lotes e potencializar mais de R$ 20 bilhões em investimentos totais na área, além de 35 mil postos de trabalho.
Segundo Lima, falta ao Brasil uma plataforma de suporte para a produção dos Estados conhecidos, como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), com área equivalente a nove vezes a área de Portugal. A ZEN do Tocantins poderá ser um local de suporte à produção de toda essa região, para a distribuição interna ou a exportação, haja vista a sua conexão com a Ferrovia Norte-Sul e, dali, aos portos do Norte do País. Hoje, já existe a ligação direta ao porto de Itaqui (Maranhão).
“Hoje, na China, compra-se grãos dos Estados Unidos mais baratos do que do Brasil, embora o brasileiro seja mais em conta na porta da fazenda. Isso ocorre por deficiências na logística, que o nosso projeto pode reduzir”, acrescenta Lima, lembrando que, quando for instalada, a Ferrovia Bioceânica entre Atlântico e Pacífico poderá, também, contar com o apoio da ZEN do Tocantins.
Fonte: Jornal do Comércio