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Quase 95% dos motoristas brasileiros consideram as estradas do país perigosas

Publicado em 02/02/2024

Levantamento da startup de gestão de transportes Trizy para a Campanha Estradas do Futuro, lançada pela MundoLogística, revela que a maioria dos condutores se sente inseguro nas rodovias do país

Por Redação


94,7% dos entrevistados disseram considerar as estradas brasileiras perigosas (Foto: Shutterstock)

Qual a percepção dos caminhoneiros e motoristas brasileiros de modo geral sobre a segurança nas estradas do país? Como eles avaliam a qualidade e os riscos que as rodovias nacionais oferecem para o condutor? E, levando em conta a visão daqueles que atuam diretamente com o transporte de cargas no Brasil, de que modo os operadores logísticos podem auxiliar na redução de acidentes no trânsito?

Para buscar essas respostas, a Trizy, startup de gestão de transportes, realizou uma pesquisa exclusiva para Campanha “Estradas do Futuro”, lançada pela MundoLogística em agosto de 2023 para conscientizar motoristas, transportadoras e público em geral sobre o cenário e a importância da segurança na cadeia logística brasileira.

Ao longo do texto, foram destacados os insights da pesquisa, que contou com a participação de mais de 2,2 mil motoristas e caminhoneiros durante o mês de janeiro. Levando em consideração os motoristas ativos, o grau de confiança de 95% e tamanho da amostra, obteve-se uma margem de erro de 2% para mais ou para menos.

PERIGO E INSEGURANÇA NAS ESTRADAS

Questionados sobre a segurança que a malha viária nacional oferece para os condutores, 94,7% dos entrevistados disseram considerar as estradas brasileiras perigosas – apenas 5,7% discordaram da afirmação.

Embora o número seja impactante, ele faz sentido quando analisamos diferentes dados sobre o contexto macro sobre segurança no trânsito do país. De acordo com levantamento da CNT (Confederação Nacional de Trânsito), por exemplo, só em 2022, mais de 64 mil acidentes foram registrados no país – sendo que 82,1% dos registros deixaram vítimas, incluindo mortos e feridos.

Além disso, dentro de uma perspectiva global, o Brasil ocupa a preocupante posição de 3º país com o maior número de mortes no trânsito, conforme relatório da OMS (Organização Mundial de Saúde).

Em razão de indicadores como esses, também não é surpresa o fato de que somente 8,5% dos motoristas entrevistados na pesquisa Trizy/Mundo Logística se sintam seguros nas rodovias do país.

O número, por sua vez, revela a importância de campanhas como a Estradas do Futuro, que trabalha para unir os diferentes atores da cadeia logística nacional, difundindo conteúdos educacionais que tragam tanto visibilidade para a pauta da segurança no transporte rodoviário, quanto práticas e divulgação de soluções que possam colaborar com a capacitação e proteção de motoristas.

"Segundo relatório da OMS, o Brasil ocupa a preocupante posição de 3º país com o maior número de mortes no trânsito."

PESQUISA APONTA OS PRINCIPAIS RISCOS NAS ESTRADAS NA VISÃO DOS MOTORISTAS

Um dos principais destaques da pesquisa sinalizou os pontos que, segundo os condutores, oferecem maiores riscos para o trânsito no país.

Podendo optar por mais de uma alternativa, a má conservação das estradas foi apontada como a principal ameaça nas estradas para 71,8% dos entrevistados, seguido dos comportamentos de risco de outros condutores como direção perigosa ou dirigir sob efeito de álcool (64,3%). Na sequência, os problemas de infraestrutura foram novamente lembrados, com a má sinalização sendo indicada como maior risco para 45,5%.

Sobre esses indicadores, é válido observar que o vetor da infraestrutura, de fato, se coloca como um problema central para a segurança e também para a qualidade do transporte logístico no país.

Dados do próprio MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) reforçam que, em 2023, o Custo Brasil alcançou 1,7 trilhões, dos quais, até R$ 290 bilhões estão relacionados a problemas infraestruturais, como a qualidade da malha viária e da mobilidade urbana no Brasil.

Já o estudo "Acidentes Rodoviários e a Infraestrutura", lançado pela Confederação Nacional do Transporte em 2018, explica que em trechos com sinalização ruim ou péssima, o número de mortes varia entre 15,1 e 18,9 para cada 100 acidentes (quando a sinalização é ótima, esse dado cai para 8,4%); ao passo que estradas com pontos considerados críticos tem um índice de morte de 14,8 para cada 100 acidentes (em trechos sem pontos críticos, esse número é 27% menor).

Fechando a análise dos riscos na visão dos motoristas e caminhoneiros, a pesquisa aferiu ainda que, para 24,6% e 12,4% dos entrevistados, as principais ameaças para o trânsito nas estradas dizem respeito, respectivamente, a falta de investimentos em manutenção e segurança nas frotas por parte dos operadores, seguido dos problemas de manutenção nos veículos.

O PAPEL DOS OPERADORES LOGÍSTICOS

A pesquisa buscou analisar também como, segundo os participantes, as empresas logísticas podem contribuir para uma maior segurança no trânsito. O principal ponto lembrado foi o respeito aos limites de jornada e descanso dos motoristas, escolhido como alternativa por 57% dos entrevistados.

Na sequência, os investimentos em segurança e tecnologia, treinamentos e campanhas para uma direção segura foram indicados por 41,4%, 41% e 37,7% dos condutores, respectivamente – novamente, os motoristas puderam escolher mais de uma opção de resposta.

CONCLUSÃO: TRANSFORMANDO A REALIDADE DO TRÂNSITO NO BRASIL

Fechando a pesquisa, foi questionado ainda se os motoristas acham que, ao longo dos últimos anos, a qualidade das estradas brasileiras está melhorando. Embora com índice mais equilibrado, 56,4% dos entrevistados afirmaram que não sentem avanço. O dado vai de encontro, aliás, à última pesquisa CNT de Rodovias, divulgada no fim de 2022, que revelou piora nas rodovias brasileiras.

Para mudar esse cenário, como é possível inferir, investimentos públicos e privados em infraestrutura são fundamentais, aliado a um comprometimento dos players logísticos na construção de uma cultura focada na segurança no trânsito.

ESTRADAS DO FUTURO

Enfrentar o desafio dos acidentes em estradas e rodovias do Brasil não é uma questão simples e, ao mesmo tempo, trata-se de uma demanda que pede urgência. De acordo com dados da CNT (Confederação Nacional de Trânsito), só em 2022, mais de 64 mil acidentes foram registrados no país — desses, 82,1% deixou vítimas, incluindo mortos e feridos. Em termos gerais, o Brasil ocupa a preocupante posição de 3º país com o maior número de mortes no trânsito, conforme relatório da OMS (Organização Mundial de Saúde). 

MundoLogística lançou a campanha “Estradas do Futuro”, uma iniciativa que conta com patrocínio da nstech e da Saint-Gobain, apoio da Onisys, da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL), da Associação Brasileira de Logística (Abralog) e da Quartzolit. Por meio da campanha, o intuito é unir os diferentes atores da cadeia logística nacional, difundindo conteúdos educacionais que tragam tanto visibilidade para a pauta da segurança no transporte rodoviário, quanto práticas e divulgação de soluções que possam colaborar com a capacitação e proteção de motoristas.