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Entrevista com o gerente de Freight Forwarding da UPS Brasil, Silvio Silva, sobre o cenário econômico e a eficiência no transporte

 

Publicado em 18/09/2015

UPS registra um faturamento global de USD 58,2 bilhões, no segundo trimestre de 2015

A capacidade de coletar dados, converter em informação, gerar conhecimento e transformar em inteligência de mercado é um processo que impacta diretamente no resultado do negócio

 

Por Viviane Farias | Redação MundoLogística

A UPS, empresa de entregas expressas e de serviços logísticos, com atuação em 220 países, estabeleceu a sua presença no Brasil, em 1989, e presta serviços no País por meio das divisões UPS Remessas Expressas, UPS Air Cargo, UPS Capital e UPS Supply Chain Solutions.

No último ano, a empresa triplicou a sua rede doméstica, com centros de operações de remessas expressas em grandes cidades, cobrindo as cinco regiões brasileiras, em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Santos, Campinas, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Manaus, Recife, Vitória, Navegantes e Aparecida de Goiânia.

Atualmente, a frota terrestre da UPS conta com 99.984 carros, vans, tratores e motos de entrega, incluindo 3.152 veículos movidos a combustível alternativo, 237 aviões próprios e 412 aviões fretados. O número de funcionários no Brasil é de 3.000 (funcionários, terceiros e prestadores de serviço) e 435 mil mundial (354 mil nos Estados Unidos e 81 mil internacional).

No resultado global do segundo trimestre de 2015, a empresa anunciou o faturamento global de USD 58,2 bilhões, com um volume total de 4,6 bilhões de remessas entregues. Para falar sobre a atuação da UPS no mercado nacional e internacional, a MundoLogística entrevistou o gerente de Freight Forwarding da UPS Brasil, Silvio Silva, que iniciou na empresa em 2002 e, desde então, assumiu as posições de assistente Operacional Marítimo, supervisor de Operações Aéreas e Marítimas, gerente de Operações da Região Sul e Área Estendida e gerente de Produto Marítimo, cargo que foi ampliado para gerente de Produto Aéreo e Marítimo e Desembaraço Aduaneiro. Recentemente, a posição foi renomeada para a sua atual na UPS.

 

MUNDOLOGÍSTICA: Quais os serviços que  a UPS oferece?

SILVIO SILVA: No Brasil, a UPS oferece os serviços expressos domésticos UPS Express®, disponível para o envio de documentos em códigos específicos da cidade de São Paulo, e o UPS Express Saver®, disponível de/para os principais centros comerciais. No âmbito internacional, oferece o UPS Worldwide Express Plus®, UPS Worldwide Express®, UPS Worldwide Express FreightTM, UPS Worldwide Express Saver® e UPS Worldwide Expedited®. Além disso, os serviços de logística e carga incluem o transporte internacional de cargas aérea, marítima e rodoviária, a liberação alfandegária, a armazenagem e o gerenciamento de centros de distribuição, os serviços técnicos, o seguro de carga, a logística de partes e peças (Service Parts Logistics (SPL)), o envio de partes críticas e o armazém para reparos.

Silvio Silva

Qual o diferencial da empresa que a destaca no mercado?

Acredito que o principal da UPS é a expertise e a flexibilidade em se adaptar e oferecer para os nossos clientes o que eles precisam e buscam, em todos os momentos, bem como proporcionar ao mercado alternativas para atingir as metas estabelecidas. No caso da UPS, que praticamente atende a todas as verticais e segmentos, a ordem é gerar eficiência na operação. Reduzir custos de transporte, por exemplo, significa ampliar as margens e ter maior ‘fôlego’ para atravessar os momentos difíceis.

No segundo trimestre deste ano, a UPS registrou um aumento de 12% em ganhos por ação. A que se deve essa porcentagem?

O resultado é da UPS Global, que envolve a representatividade de países com operações mais robustas e  regiões com operações menores. Portanto, a própria estrutura global da UPS é o principal fator para essa porcentagem. Fatores como multimodalidade,  expertise para atender diversos setores, capacidade de adequação às normas e procedimentos locais, portfólio abrangente de serviços e soluções em remessas domésticas e internacionais, e cadeia de suprimentos e frete permitem que a UPS atravesse por momentos mais difíceis, em determinados locais e, mesmo assim, continue a crescer.

Em um cenário econômico retraído, no qual se configura uma crise, como a UPS tem se organizado para que essa situação não afete a empresa?

De um modo geral, atravessamos um momento de ajuste no mercado, com diversos segmentos buscando por maior eficiência nas suas operações. Se por um lado isso reflete na retração de alguns indicadores, por outro lado, oferece algumas oportunidades, como no caso da UPS. Momentos de crise geram espaços de atuação, e identificar essas oportunidades faz a diferença, para atingir as metas estabelecidas. Investir em conhecimento, desenvolver inteligência de mercado, entender a área de atuação dos clientes e prospects, identificar as suas necessidades e demandas, mapear os setores de atuação com potencial para o seu negócio, monitorar nichos de mercado e comportamento, ou seja, a capacidade de coletar dados, converter em informação, gerar conhecimento e transformar em inteligência de mercado é um processo que impactará diretamente no resultado do negócio.

Com relação ao envio aéreo de cargas, como a UPS busca proporcionar eficiência no transporte e entrega?

O principal fator é a capacidade de adaptação às novas condições de mercado, que possibilitou à UPS atingir as metas de 2015. Atualmente, a UPS tem 237 aviões próprios e 301 fretados, realiza 940 voos domésticos e 1.015 internacionais por dia. No Brasil, atende aos aeroportos de Brasília, Belo Horizonte, Campinas (Viracopos), Curitiba, Manaus, Navegantes, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís, São Paulo e Vitória. Ao todo, a UPS atende mais de 220 países e territórios. O plano é manter o crescimento, aproveitando as oportunidades existentes. Atualmente, a UPS disponibilizou mais uma aeronave 757 para a rota VCP-EZE, quatro vezes por semana, para melhor atender aos clientes. Com relação à segurança, a UPS é reconhecida pelo seu comprometimento com as normas de segurança internacionais, sendo, inclusive, uma referência para os órgãos que controlam esse tema.

Durante o trimestre, a empresa buscou ampliar a sua capacidade e lançar novos recursos. Quais foram esses recursos e de que maneira a UPS aumentou a sua capacidade?

A UPS concluiu a primeira etapa do Plano de Expansão, no primeiro trimestre de 2015, com a abertura de novas filiais, no interior de São Paulo. O plano de expansão também envolveu a reestruturação das unidades já existentes da UPS em Porto Alegre, Rio de Janeiro e Campinas, com a expansão da frota terrestre e o quadro de funcionários e parceiros, além da consolidação das divisões de Small Package e Supply Chain Solutions, em algumas unidades, permitindo maior eficiência operacional. Com as novas instalações, a UPS completou as 15 novas unidades programadas para o Estado de São Paulo e que englobam 135 cidades, no total. Em todo o Brasil, a empresa soma 28 filiais.  

Quais os setores da UPS que mais cresceram no primeiro semestre?

Alguns segmentos representam um alto potencial de crescimento no Brasil, atualmente. É o caso dos segmentos de indústria de manufaturados (máquina e equipamentos), saúde, tecnologia, automotivo e Pequenas e Médias Empresas (PMEs).

Qual o balanço que o senhor faz da empresa até o momento?

A UPS optou por adotar uma visão global e uma postura na contramão do movimento natural do mercado e, por isso, continua crescendo. A estratégia foi investir em mercados emergentes, com potencial de crescimento, e o Brasil é um dos países que recebeu investimento na sua operação, para a expansão regional, concluída sua primeira fase no primeiro trimestre de 2015. Como uma empresa de capital aberto, a UPS não pode divulgar valores regionais. De acordo com os últimos resultados globais divulgados, a empresa tem faturamento global de USD 55,4 bilhões, com um volume total de 4,3 bilhões de remessas entregues.

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