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Entrevista com o diretor da DHL, Giuliano Quagliato, sobre Solutions Design

 

Publicado em 16/12/2014

Solutions Design: desenhando as soluções e as operações logísticas
Responsável por todo o diagnóstico do projeto logístico, essa área propõe soluções que serão desenvolvidas, com interface com diversas áreas da empresa e contato com recursos tecnológicos e inovações, analisando financeiramente e produtivamente cada uma delas

Por Viviane Farias | Redação MundoLogística

O diretor de Soluções Logísticas da DHL Supply Chain do Brasil, Giuliano Quagliato, teve uma trajetória bastante promissora na DHL. Sua história profissional na empresa iniciou em 2003, quando ingressou por meio de um programa de trainee. Após um ano, foi convidado a se juntar à área de Desenvolvimento de Negócios e Projetos Logísticos, que estava sendo concebida, com o objetivo de atender às demandas de terceirização de novos clientes.

Durante esse período, a DHL o incentivou a focar no seu plano de desenvolvimento e crescimento profissional. Foi quando teve a oportunidade de trabalhar como gerente em um centro de distribuição (CD), reportando para o gerente-geral de Operações e tendo a responsabilidade pela gestão de todos os processos logísticos, budget, Key Performance Indicator (KPIs) com o cliente e uma operação de 15 mil m², 200 pessoas e 25 mil Stock Keeping Unit (SKU).

Ao final desse ano exclusivamente operacional, retornou à área de projetos, assumindo a liderança do departamento, agora chamado de Solutions Design, como gerente sênior. Com o apoio do time de projetos, passou dois anos trabalhando para diversos setores, provendo soluções logísticas para os clientes, montando plano de desenvolvimento para a equipe e criando ferramentas que ajudasse a DHL e seus clientes.

Em 2013, foi convidado a assumir a área de Reengenharia da DHL como diretor. Havia uma sinergia muito grande de conhecimento e ferramentas na junção das áreas de Reengenharia e Solutions Design. A Reengenharia com o foco, exclusivamente, em melhoria de processos em clientes existentes e o Solutions Design com o foco em novos negócios.

Em entrevista à revista MundoLogística, Quagliato explica quais as funções, responsabilidades, objetivos, investimentos, entre outros temas relacionados à área de Solutions Design. Segundo ele, os principais aspectos que destacam conceituados operadores logísticos no mercado estão fortemente relacionados ao feedback dos clientes atendidos, quanto à performance operacional, estabilidade financeira e força da marca no cenário global. “A DHL, por meio da área de Solutions Design, vem entregando projetos e soluções logísticas desde seu estabelecimento no Brasil. Somente com uma equipe forte, departamentos integrados e trabalho em conjunto entre a DHL e o cliente, que os projetos serão bem-sucedidos desde a sua criação até a execução.”

MUNDOLOGÍSTICA: Qual a responsabilidade da área de Solutions Design?
GIULIANO QUAGLIATO: Essa área é responsável pelo ‘desenho’ de soluções e operações logísticas. O objetivo principal desse departamento é ser referência em diagnóstico e soluções logísticas, além de multiplicar ferramentas de desenho e disseminar boas práticas, agregando valor às operações, aos clientes e a outras áreas da empresa.

Qual o objetivo e função desse departamento?
Esse departamento desenha as soluções logísticas tanto para projetos de transporte, quanto armazenagem, com base nas informações do perfil de venda e projeções do cliente. O projeto desenvolvido contempla o dimensionamento de recursos operacionais (quantidade de pessoas e equipamentos para trabalhar na operação), por meio de otimizações de processos funcionais que se enquadrem à necessidade de negócio do cliente; o dimensionamento do centro de distribuição e frota de transporte, integrando a solução de tecnologia da informação que será usada ou o Warehouse Management System (WMS) já utilizado, e os respectivos custos atrelados.

Como o desenho logístico dos centros de distribuição podem ser um diferencial no atendimento das empresas de tecnologia?
A área de Solutions Design faz todo o diagnóstico do projeto logístico, como análise de dados e processos operacionais existentes do cliente, e propõe soluções que serão desenvolvidas, com o objetivo de atender aos requisitos dos clientes. O Solutions Design tem interface com diversas áreas da empresa e contato com recursos tecnológicos e inovações, analisando financeiramente e produtivamente cada uma delas. Os principais aspectos do desenvolvimento de um novo CD, no setor de tecnologia, são:
• Recebimento de informações operacionais confiáveis e fidedignas, para o desenvolvimento do projeto;
• Definição do escopo operacional esperado, detalhando processos, perfil dos produtos e responsáveis por cada atividade;
• Definição do tipo dos produtos e dimensões gerais, para a determinação do modelo de armazenagem e disponibilidade de posições picking;
• Definição dos requisitos sistêmicos desejáveis, assim como a possibilidade de customização e interfaceamento entre o atual Enterprise Resource Planning (ERP) do cliente com o WMS do operador logístico;
• Definição das possíveis exceções operacionais, como eventos e iniciativas customizadas a clientes especiais;
• Definição das políticas de controle de inventário, segurança patrimonial/acesso e segurança do trabalho;
• Definição dos níveis de serviço esperado e principais indicadores de performance. 

Como deve ser a preparação de um centro de distribuição para esse atendimento?
A preparação de um CD para atendimento ao setor de tecnologia, no Brasil, está em grande parte relacionada ao atendimento dos requisitos do cliente, bem como do 3PL, de segurança patrimonial e atendimento ao nível de serviço esperado, evitando a ruptura na cadeia de distribuição. Áreas de preparação da carga para a customização e a expedição ‘express’ aos clientes finais da empresa contratante também são comumente solicitadas aos operadores logísticos. Algumas necessidades específicas, nesse setor, são baseadas na disponibilidade operacional (24x7, plantões) e atendimento aos Services Levels Agreements (SLAs) especiais, comumente encontrados na subdivisão de Service Parts Logistics (SPL), na qual os requisitos de atendimento e a alta disponibilidade são, praticamente, mandatórios.

Quais os investimentos que precisam ser feitos?
Alguns dos investimentos que precisam ser feitos são em circuitos internos de monitoramento e postos de segurança, bem como em certificações institucionais, como a certificação Transported Asset Protection Association (TAPA), que atesta níveis ostensivos de segurança patrimonial, de acordo com standards mundiais, além de mão de obra qualificada para o atendimento das exigências e especificações do setor de tecnologia.

Após concluir o desenho operacional mais indicado ao perfil da empresa, qual a próxima etapa?
Uma vez concluído o desenho operacional mais indicado ao perfil da empresa, a equipe comercial, representando toda a estrutura corporativa, trabalhará junto ao cliente para atingir as expectativas financeiras deste e do operador logístico. Vale ressaltar que todo projeto que é apresentado para o cliente da DHL passa por um processo robusto de validações com o time operacional, discutindo detalhes de implementação e operação propriamente dita. É fundamental que o operador logístico possa auxiliar a empresa na otimização de sua cadeia de suprimentos, aumentando a confiabilidade no atendimento e, consequentemente, em seus custos operacionais.

Como a área de Solutions Design pode colaborar com os desafios do setor de tecnologia?
Acreditamos que os principais desafios do setor de tecnologia, atualmente, baseiam-se em atendimento do nível de serviço esperado pelos clientes finais, acuracidade dos controles operacionais, políticas de gerenciamento de itens obsoletos e competitividade dos custos logísticos, frente a outros competidores. O gerenciamento de itens obsoletos tem se tornado ponto recorrente de discussões das empresas desse setor, visto que o fabricante precisará manter peças de reposição em estoque durante anos, após a fabricação daquele determinado item. Contando com o know-how adquirido, seja em operações logísticas diretamente ou desafios inerentes ao mercado de Supply Chain, o operador logístico poderá auxiliar o cliente na otimização de sua cadeia logística, aumentando a confiabilidade no atendimento ao cliente final e, consequentemente, em seus custos operacionais.

 

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