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Combilift: 10 anos de sucesso no Brasil

 

Publicado em 30/08/2018

Presente no país há quase uma década, empresa irlandesa conquistou confiança, mas enfatiza que o conceito por trás dos equipamentos ainda não foi completamente assimilado



Por Christian Presa | Redação MundoLogística

Com a forte aderência à tecnologia, o processo de armazenagem em fábricas e centros de distribuição depende diretamente de equipamentos modernos, que visam melhorar as operações e trazer benefícios em produtividade e lucro. Especialistas são enfáticos em afirmar que boas soluções podem trazer resultados surpreendentes.

Uma das empresas focadas em desenvolver equipamentos assertivos para transformar as operações é a Combilift. De origem irlandesa, o primeiro contato da Combilift com o Brasil foi em 2007, quando os representantes da empresa visitaram o país para expandir a atuação internacional. Dois anos depois, por meio da importação de uma empilhadeira multidirecional de 5 toneladas, a marca começou a atuar no Brasil. De lá para cá, a inserção no mercado brasileiro foi ocorrendo gradualmente.

A MundoLogística conversou com Rafael Kessler, diretor comercial da Combilift no Brasil. O engenheiro mecânico e mestre em administração de empresas tem vasta experiência em engenharia de produto e está na empresa desde a inauguração no Brasil. Na entrevista, ele fala sobre as soluções Combilift e os desafios, ganhos e oportunidades da empresa nos últimos dez anos.

MUNDOLOGÍSTICA: Aproximam-se os 10 anos de atuação da Combilift no Brasil (2019). Como você avalia o avanço da Combilift no maior mercado da América do Sul?
RAFAEL KESSLER: A Combilift é um exemplo moderno e contemporâneo de uma empresa construída em torno de uma ideia – uma empilhadeira que se movimenta nas quatro direções e, com isto, permite movimentar cargas longas de uma forma segura, ágil e com uma otimização radical na utilização de espaços das áreas de manufatura e armazenagem. Como uma empresa ágil e enxuta, o conceito da primeira ideia rapidamente extrapolou para customizar soluções para a movimentação de cargas – sempre alinhado ao trinômio espaço, segurança e produtividade. Hoje há produtos Combilift em todas as regiões do Brasil, operamos em mais de 100 clientes. Muitos clientes mudaram a forma de fazer negócio a partir da flexibilidade que o conceito oferece e que os clientes passam a ser ‘embaixadores da marca’. Entre alguns cases de sucesso podemos citar a Madeiranit, que a partir da flexibilidade de movimentar materiais acelerou seu ciclo de vendas; as soluções customizadas de montagem para a Embraer; a confiabilidade de produto para empresas como Magazine Luiza, WEG, QLL e Printbag; a solução para condensar armazenagem em pequenos depósitos, como Afubra e Moinhos Jaraguá, ou a simplificação de processos, como a expedição da Medabil.

M: Você acha que é possível dizer que o conceito por trás dos equipamentos Combilift já foi assimilado?
R: A assimilação do conceito da Combilift não é simples, especialmente em um mercado conservador como o brasileiro, onde não há incentivo para a mudança e inovação, e especialmente por ser necessário prazos muito curtos para retorno no investimento. Mesmo em nível global, apenas a Inglaterra já entendeu o conceito de empilhadeiras de corredor estreito da 3ª geração, considerando que as empilhadeiras contrabalançadas são de 1950 e que as retráteis são de 1980, as empilhadeiras articuladas estão no mercado há 15 anos, mas apenas agora, com uma frota global de 20.000 unidades, passaram a ser mais conhecidas e aceitas como o próximo degrau na otimização logística de cargas paletizadas.

M: Que conquistas a Combilift já fez no Brasil que você poderia destacar nesses 10 anos de atuação?
R: A Combilift jamais deixou de acreditar no Brasil. Como a 9ª economia mundial, o Brasil deve ser, logo após a Inglaterra, Estados Unidos, Europa Ocidental e Austrália, juntamente com a Índia, o maior mercado da Combilift. Apesar de vendermos para a China, Japão e Coreia do Sul, estes são mercados com marcas próprias atuantes e com barreiras culturais. Sendo um mercado estratégico, identificamos em 2016, nos primeiros sinais de que o Brasil havia chegado no fundo do poço, a necessidade de identificar soluções para que a marca ficasse mais atrativa para seus clientes. Estas ações foram ampliar a rede de representantes, desenvolver ferramentas para quantificar os ganhos econômicos de compactação de estoque na construção de novos depósitos ou comparar soluções de locação de áreas, desenvolver um fornecedor no Brasil de torres para aumentar a flexibilidade na entrega e encontrar formas de reduzir os efeitos do câmbio no preço ao cliente.

M: Recentemente a marca inaugurou uma planta de 50 milhões de euros (aproximadamente que vai permitir dobrar sua capacidade de produção. Com esta nova infraestrutura, quais são as perspectivas para sua atuação?
R: Ao concluir a construção da sua nova fábrica em abril deste ano, a Combilift está capitalizada e com apetite para investir em mercados carentes de soluções otimizadas de movimentação de materiais – em especial, em depósitos de médio e pequeno portes em centros urbanos.

M: Essa mesma fábrica foi lançada para oferecer a produção em série de equipamentos customizados. Como a Combilift torna isso possível sem inviabilizar financeiramente o produto e, ainda por cima, expandindo suas fronteiras comerciais?
R: É importante detalhar dois pontos que compõem não somente uma forma de vender ou produzir nossos equipamentos. Por trás da customização está um raciocínio complexo de “engenheirar” soluções simples, e a melhor forma é ilustrar através de exemplos. Para evitar a complexidade da suspensão em empilhadeiras e movimentadores que tem peso total carregado variando entre 10 e 50 toneladas, a Combilift optou por trocar quatro pontos de apoio, que demandam suspensão, por apenas três pontos de apoio que eliminam suspensão. Para evitar um sistema eletrônico de posicionamento das rodas para controle direcional, a Combilift optou por cilindros e válvulas proporcionais. Para evitar carreteis para enrolamento de cabos de aço, a Combilift optou por cilindros de curso longo e roldanas para os equipamentos de movimentação de contêineres. Para proteger os operadores de transpaleteiras reduzir os corredores de movimentação, a Combilift desfez a conexão mecânica das rodas com o timão. A articulação frontal da AisleMaster foi copiada da robustez de retroescavadeiras. A simplicidade é “engenheirada” e, principalmente, projetada, a partir de união de tecnologias testadas e comprovadas. Já na segunda etapa de fabricação é colocada na linha de montagem a partir do sequenciamento dos pedidos de forma idêntica à uma montadora de automóveis. Ou seja, é possível montar na mesma linha vários tipos de empilhadeiras em várias configurações. Tudo isto dá muita liberdade para o cliente definir exatamente o que precisa, sem necessidade de adaptar o seu processo ao equipamento que o fabricante oferece. Nosso grande desafio é seguir divulgando o conceito, demonstrar os ganhos técnicos e econômicos para o cliente, viabilizar a aquisição ou locação dos nossos produtos. A etapa de credibilidade do produto e da empresa já está superada e comprovada por nossa crescente base de clientes em todo o país.

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