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Tecnologia pode reduzir custos logísticos

Publicado em 17/12/2015

*Rafael Rojas Filho

Os custos com logística sempre foram um grande vilão na operação de qualquer distribuidor, podendo representar até 70% do total. Porém, como reverter essa situação e ainda obter melhor performance?

Para quem não está satisfeito com a situação e não quer perder espaço e bom desempenho no mercado, a ordem é investir em tecnologia. Não se trata de altos valores, mas de escolha de soluções aderentes ao perfil de operação e capacidade de investimento.

Podemos destacar cinco pontos essenciais, nos quais a tecnologia correta trará resultados surpreendentes: roteirização, gerenciamento do centro de distribuição (CD), coletores de dados, tratamento de fracionados e caixas fechadas, e inventários rotativos.

Quando abordamos o tema roteirização, é preciso ponderar que a ferramenta deve entregar a sugestão de melhor percurso e sequência de entregas para um determinado conjunto de pedidos. Essas definições também orientam o processo de separação, conferência, packing e carregamento. Os resultados já comprovados são um maior número de entregas por veículo, menos tempo em cada cliente, menor deslocamento entra as entregas, redução de avarias e qualidade nos volumes entregues ao cliente.

Já o sistema de gerenciamento do centro de distribuição (Warehouse Management System (WMS)), também estratégico para o negócio, organiza todos os processos de movimentação interna de produtos, reduzindo o percurso dos operadores e empilhadeiras, garantindo a saída das validades mais curtas, reduzindo tempos e erros de separação. Com isso, haverá significativa diminuição nas perdas com produtos vencidos, cortes por não localização de produtos, avarias por movimentação inadequada e atrasos na liberação de pedidos.

Para garantir, por meio da leitura de código de barras, a assertividade nas operações de armazenagem, ressuprimento, separação, conferência, carregamento e inventário, os coletores de dados são indispensáveis. Seu uso adequado se traduz em menos lentidão e erros no recebimento, armazenagem nos locais definidos pelo sistema, abastecimento ágil do picking, evitando interrupção da separação, fim da inversão na separação de produtos semelhantes e segurança no carregamento nos veículos.

Outra solução, o tratamento paralelo para diferentes embalagens vem atender um novo cenário vivido pelos distribuidores, que precisam lidar bem com a redução das compras dos varejistas, o que exige diferenciação de processos para caixas fechadas e embalagens fracionadas. Os fracionados de um pedido precisam ter um fluxo diferenciado, passando por conferência eletrônica em check-outs e sendo embalados em volumes identificados, que se juntarão às caixas fechadas dos pedidos da mesma carga. O resultado é o uso do dia para trabalho exclusivo dos fracionados, garantindo a separação correta e a embalagem etiquetada. Com isso, a localização dos volumes no veículo se torna muito rápida e assertiva, reduzindo o tempo no cliente.


Um pacote de soluções não estaria completo sem os inventários rotativos. A implantação da prática de inventários e auditorias frequentes no centro de distribuição será a responsável por garantir a acuracidade do estoque, sendo necessária a perfeita integração e uso das soluções descritas: WMS, coletores de dados, além de um Enterprise Resource Planning (ERP) que permita essa funcionalidade sem a paralisação das vendas.

O impacto financeiro se traduzirá no fim dos cortes de produtos por inconsistência entre físico e sistema, imediata auditoria sobre qualquer divergência identificada, evitando a ampliação do problema, inibição de qualquer possibilidade de roubo por percepção de descontrole, manutenção prévia da organização do CD, gerando maior eficácia em toda produção.

Enfim, um cenário muito mais produtivo, com menos erros de operação, que se traduz, imediatamente, em redução de custos, no médio prazo, também se converterá em aumento de faturamento, pois a qualidade será percebida pelo cliente.

Com a chegada do fim de um ano difícil como foi 2015, é o momento das empresas repensarem as suas atuações e fazerem as escolhas certas para os próximos anos. Investir bem não é sinônimo de investir muito.

*Rafael Rojas Filho é diretor da Target Sistemas, especializada no desenvolvimento de softwares para o setor de distribuição.

 

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