* Por Marcela Mendonça
Nos últimos anos, temos assistido um interessante fenômeno entre as empresas de prestação de serviços logísticos. Se antes eram especializadas em “produtos” ou “serviços”, se vendiam serviços de “prateleira” (transporte, armazenagem, abastecimento etc), agora, para manterem-se competitivas, passam a oferecer soluções completas de logística integrada.
Já não é mais suficiente oferecer apenas um produto ou serviço, como transporte ou armazenamento. Faz-se necessário que as empresas de serviços logísticos tenham conhecimento do negócio do seu cliente, para customizar soluções completas para a gestão de toda a sua cadeia logística.
Por sua vez, visando à sua própria competitividade, as empresas dos mais diversos setores precisam, cada vez mais, focar em sua atividade fim, ou seja, não desejam se dedicar a operações paralelas, as quais não possuem expertise, mas que são fundamentais para a competitividade dos seus negócios. Para isso, procuram parceiros que ofereçam soluções completas em logística, aperfeiçoando processos para minimizar custos.
Desse modo, o perfil do executivo de logística mudou: se antes estava habituado à venda de produtos ou serviços, hoje, precisa entender não apenas dos serviços que pode oferecer, mas conhecer com profundidade o negócio e o setor dos clientes. Assim, desenha soluções logísticas que somam, por meio do aumento de competitividade, serviços de qualidade e no menor custo possível. Para tanto, algumas competências de gestão e liderança tornam-se fundamentais para o desenvolvimento da função e são o principal diferencial do executivo que se atualizou e adaptou-se a esse novo modelo.
Podemos citar algumas competências essenciais, como a orientação para o cliente. O executivo deve estar atento, avaliar e antecipar as necessidades dos clientes como fio condutor das prioridades do negócio, antecipando a implementação de soluções inovadoras, de forma a alcançar a sua fidelização. Outra competência é o conhecimento do mercado. O executivo tem de estar atento às tendências tanto de soluções logísticas e novas tecnologias, quanto do setor do cliente. Deve, também, conhecer as mudanças econômico-financeira, social e política da empresa (tendências, fatores críticos de sucesso, concorrentes, tipos de clientes, fornecedores etc).
Tanto as orientações para o cliente, quanto o conhecimento do mercado devem estar atrelados a uma forte capacidade analítica. A gestão eficiente de todos os processos da cadeia logística precisa ser cuidadosamente avaliada, visando à otimização dos diversos recursos, seja de equipamentos ou humanos. Esse é um serviço com margens apertadas, em um País que tem seu grande gargalo na infraestrutura. Há de se estruturar de forma a extrair o máximo de cada recurso ao menor custo possível, para manter-se competitivo e, com isso, somar ao serviço prestado ao cliente.
* Marcela Mendonça é associate director & partner da Fesa, consultoria de busca e seleção de altos executivos.